Últimas notícias, 19 de dezembro de 1999:

 Presente Gigante de Natal para o Parlamento Brasileiro


 O controverso escultor dinamarquês Jens Galschiot fez uma dádiva de uma escultura no valor de 200,000 dólares aos Parlamentares brasileiros.  A escultura entitulada “A Coluna da Infâmia” é uma das esculturas mais famosas dos noventas, por bem ou mal, depen­den­do do seu ponto de vista. Ela tem oito metros de altura e consiste de mais de 50 corpos humanos dolorosamente contorcidos em forma de um obelisco.

O artista já fez dádivas semelhantes a esta no passado:

  • Em 1997, uma Coluna foi oferecida ao movimento democrático na China, o qual a pôs em Hong Kong para comemorar a ação repressiva de Tiananmen, em Beijing (Pequim) em 1989.

  • Outra Coluna foi dada em abril de 1999 aos índios do México que a têm usado como um símbolo do abuso das populações indígenas.

A dádiva de esculturas é o ponto focal numa manifestação de arte mundial: cerca de uma vez por ano um Coluna da Infâmia será erguida algures para focar atenção numa transgressão severa contra a humanidade.

O Jens Galschiot está dando esta Coluna da Infâmia, a terceira da série, ao parlamento brasileiro para dar uma oportunidade a todas as forças democráticas a manifestarem a sua determinação em defesa dos direitos humanos. Se os parlamentares decidirem aceitar a Coluna e pô-la numa praça central na capital, isso servirá para assinalar ao resto do mundo que eles estão sériamente preocupados com a segurança legal de cada cidadão.

A escultura será erguida para marcar o massacre do Eldorado de Carajás em 17 de abril de 1996 onde 19 campesinos desterrados e pobres perderam a vida – mortos à queima-roupa ou escortanhados com as suas próprias ferramentas de trabalho no campo. Ironica­mente, este evento sanguinento deu origem ao Dia Internacional Contra Impunidade. Por esta razão é que o artista dinamarquês escolheu o dia 17 de abril de 2000, o quarto aniversário do massacre, como a data para ser erguida a Coluna.

Mais informação e muitas fotos estão ao dispor na Internet (Rede Internacional) em: www.aidoh.dk


DOCUMENTOS:

1. Aos parlamentares brasileiros

Depois de longas reflexões chegamos à decisão de que o Brasil é o país que vai receber a próxima Coluna da Infâmia. Haverá focus sobre o acontecimento dado ao facto de que será a primeira Coluna da Infâmia exposta no novo milênio.

 A escultura chegará ao Brasil no início do ano 2000, e será exposta em uma praça central na capital no dia 17 de abril, no quarto aniversário do massacre de Eldorado. A decisão para o Brasil foi tomada pelo escultor dinamarquês, Jens Galschiot e Art In Defence Of Humanism (Arte em Defesa de Humanismo). Os custos relacionados à exposição e ao transporte ficam sob a responsabilidade do donatário.  

A Coluna da Infâmia é uma escultura de oito metros de altura em forma de obelisco, composta de 50 corpos distorcidos. A escultura faz parte de uma manifestação humanista de arte que se está espalhando por todo planeta. Por um período de dez anos serão expostas Colunas da Infâmia por todo o mundo para chamar a atenção sobre os violentos assaltos contra o humanismo. Sendo exposta, cada Coluna, entra numa rede mundial de esculturas iguais. E assim, a nível mundial, manterá a lembrança de atos ignominiosos que jamais deverão ser repetidos.

 A primeira Coluna da Infâmia foi exposta em Hong Kong em junho de 1997. Foi erigida em memória do massacre da praça Tiananmen, em Beijing (Pequim), em 1989, quando as autori­da­des chinesas reprimiram violentamente o movimento democrático.  

A segunda Coluna da Infâmia foi exposta em México no dia 17 de abril de 1999, no dia Inter­nacional contra a Impunidade. Duas semanas depois, a escultura foi exposta na entrada da vila de Acteal, em Chiapas, onde 45 índios foram assassinados a sangue frio por um grupo paramilitar no dia 22 de dezembro de 1997.  

Como já mencionado acima, agora é a vez do Brasil, onde uma Coluna da Infâmia será exposta no dia 17 de abril de 2000. No outono deste mesmo ano, uma Coluna igual será exposta em um lugar central em Berlim, em memória das vítimas exterminadas em massa pelo regime nazista entre 1933-45. A exposição da Coluna da Infâmia já foi positiva­mente aceita pelos partidos políticos no Parlamento alemão. 

A Coluna da Infâmia em Hong Kong foi exposta como símbolo de repúdio contra tudo a que um regime totalitário está preparado para fazer com a finalidade de oprimir a oposição democrática. No México, ela simboliza os atos de violência contra os nativos e contra seus direitos. A Coluna da Infâmia no Brasil continuará na mesma linha simbólica do México, porque ela irá por em foco a questão da impunidade, um tema que ocupará um lugar cada vez mais central no debate público da sociedade internacional.  

A escolha do Brasil como consignatário da Coluna da Infâmia se deve ao facto de que foi exatamente um acontecimento sangrento neste país que deu origem à iniciativa do Dia Inter­nacional contra a Impunidade. Se trata do massacre ocorrido no dia 17 de abril em Eldorado dos Carajás, onde 19 trabalhadores rurais sem terra perderam a vida – com tiros à queima-roupa e massacrados com seus próprios instrumentos de trabalho. 

A Coluna da Infâmia não se pronuncia quanto à questão da culpa. Mas ela expressa uma exigência de que todos os culpados em todos os níveis respondam por seus crimes: os que fizeram o massacre, os que deram as ordens e os que em diferentes níveis encobrem estes crimes protegendo os criminosos.  

A escultura é oferecida ao Estado brasileiro, representado pela assembléia de parlamen­ta­res, que recebendo esta escultura manda um sinal para a humanidade sobre a vontade do Estado de garantir a segurança jurídica e os direitos humanos no Brasil. Dando a escultura ao Parlamento brasileiro se oferece ao mesmo tempo uma oportunidade a todas forças democráti­cas de manifestar a vontade de levar a sério a segurança de cada cidadão.

A escultura será montada sobre uma base na qual haverão duas placas: uma explicando a ra­zão pela qual o artista escolheu o Brasil, e uma outra com um pronunciamento expli­can­do porque os representantes eleitos pelo povo aceitaram recebê-la como presente.

A condição para o Brasil receber a escultura é  de que o Parlamento decida expô-la numa praça central da capital do país. Esperamos que a Assembléia Nacional, o mais rápido pos­sível, antes do 15 de janeiro de 2000, se pronuncie sobre o presente e comunique a Jens Galschiot, onde a escultura será exposta,  a fim de que o planejamento relacionado ao lado prático seja efetivado.

Estamos sempre à disposição com mais informação. Há também possibilidade de mais informa­ções na nossa página web na Internet, em  http:// www.aidoh.dk

Enviaremos documentação sobre a Coluna da Infâmia e video-filme da exposição em Hong Kong e México para todos os partidos.


Atenciosamente,

    Jens Galschiot
        (escultor)

 
Fotos da Coluna da Infâmia no Zócalo na capital mexicana:

http://www.aidoh.dk/photos/pos/mexico/may2nd/posmexmay2_09.jpg
http://www.aidoh.dk/photos/pos/mexico/may2nd/posmexmay2_04.jpg

http://www.aidoh.dk/photos/pos/mexico/may2nd/posmexmay2_08.jpg


 2. Entrega da Coluna da Infâmia 

O Brasil veio a ser escolhido como o país onde a 3ª. Coluna da Infâmia será exposta.

A Coluna da Infâmia é uma escultura que defende os fundamentos huma­nistas da nossa civili­za­ção e é exposta em diferentes partes do mundo.

Esta escultura foi oferecida ao Estado brasileiro em memória do massacre de Carajás ocorrido no dia 17 de abril de 1996, quando 19 trabalhadores rurais sem terra foram assassinados violentamente.

A Coluna da Infâmia é oferecida ao Estado brasileiro através dos repre­sen­tan­tes parlamentares como garantia da segurança jurídica e como garantia contra violação dos direitos humanos dos cidadãos.

A Coluna da Infâmia será exposta na capital do Brasil, Brasília, no dia 17 de abril de 2000, no quarto ano depois do massacre de Eldorado.

  Tradução de inglês para português por Luis M. Luis (e-mail:  luisluis@Luis.com)


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Level Up

2000: The Pillar of Shame in Brazil
Additional Information:
Categories: 2000: The Pillar of Shame in Brazil | Happenings and Art Installations | 1996-?: The Pillar of Shame
Themes: Criticism of governments | Land conflicts | Massacres
Sculptures: Pillar of Shame
Type: Press releases
Dates: 17th April 1996 | 2000 | 17th April 2000 | 1st May 2000
Locations: Praça da Leitura, Belém, Brazil | Town Hall, Belém, Brazil | Parliament, Brasilia, Brazil | Eldorado de Carajàs, Brazil | Harbour, Rio de Janeiro, Brazil
Co-operators and Helpers: Antonio Carlos Magalhães, President of the National Congress, 2000 | Brazilian Bishops | Caio Riela, MP for PTB, 2000 | Edilson A. Assunção | Fernanda Giannasi | Fernando Marroni, MP for PT, 2000 | Helene Gjerding | Kasper Markus | Luis M. Luis | Marcos Rolim, Senator for PT, 2000 | Marina Jakobsen | Movimento Tortura Nunca Mais de Pernambuco | Niller Madsen | Per Østerby | Robert Etches | Rosalina Gauffin | Thomas Frost | Tinku (Mikkel og Doris)
Partners: Edmilson Brito Rodrigues, Mayor of Belém, 2000 | Eunice Pinheiro Alves | Heloísa Helena, Leader of opposition, Senator for PT, 2000 | MST - Movimento Sem Terra | PT - Partido dos Trabalhadores | Senate of Brazil | Town Hall of Belém
Related Persons and Entities: Brazilian Minister of Justice, 2000 | Customs officials in Rio | Odense Skattevæsen
Sponsors: BUPL | DeTrey Dentsply AG, Schweiz | Fredsfonden | Funch Fonden | Gelsted/Kirk/Scherfig fonden | Kultursekretariatet i Odense Kommune | Lysgaard Fonden | Socialpædagogernes Landsforbund / National Federation of Social Educators | Socialpædagogernes Landsforbund i Vejle | Vedstaarup Lerfabrik A/S