Comunicado de imprensa de 22.03.2000: Artista manda um míssil para o Brasil Esta quinta-feira, Jens Galschiot enviou mais uma Coluna da Infâmia, desta vez para o Rio de Janeiro, Brasil. Muitas vezes, a imprensa mundial chamou a escultura controvertida de 8 metros de altura de um ’míssil artístico’, porque fomentou um acirrado debate sobre os direitos humanos e a liberdade de expressão nos países em que foi erguida. A escultura vai ser embarcada no dia 23 de março de Hamburgo, com chegada esperada no Rio no dia 9 de abril. Vai ser erguida para celebrar o Dia Internacional contra a Impunidade, em 17 de abril. É o aniversário do massacre em Eldorado de Carajás, que foi escolhido para marcar o dia contra a impunidade. Já em dezembro, o escultor dinamarquês Jens Galschiot doou a escultura ao Assembléia Nacional brasileira, para proporcionar a todas as forças democráticas a possibilidade de demonstrar o seu empenho em defender os direitos humanos. Ao aceitarem a escultura emitem o sinal ao mundo ao seu redor de que levam a sério a segurança jurídica do indivíduo. Jens Galschiot declara que a doação da grande escultura deve ser concebida como um apoio às forças da jovem democracia que querem criar um Brasil fundamentado no respeito ao indivíduo e aos direitos humanos. Isto já resultou em turbulência nos meios políticos. Como o primeiro partido, o PT fez uma declaração oficial de apoio ao erguimento da Coluna da Infâmia (www.informes.org.br). Além disso, muitos parlamentares expressaram seu apoio individual ao erguimento da escultura. Representam partidos tão diferentes como o PDT, PMDB, PSB, PSDB e PTB. No entanto, nenhum desses partidos tomou ainda uma posição oficial quanto ao projeto. Uma série de ONGs, bispos e organizações sindicais decidiram apoiar o erguimento da escultura, seja qual for a decisão do Congresso. O prefeito da capital do Pará, Belém, Edmilson Brito Rodrigues, colocou uma praça à disposição da escultura, caso o Congresso negue recebê-la em Brasília. Não se sabe ainda o que vai acontecer com a controvertida escultura, quando chegar ao Rio de Janeiro, mas o Movimento dos Sem Terra, MST, prometeu organizar uma recepção da mesma. A Coluna da Infâmia faz parte de uma rede internacional de 10 esculturas, a serem erigidas em diferentes lugares do mundo para focar as violações dos direitos humanos. A primeira foi erguida em Hong Kong, em 1997, tendo sido o pivô de extensas discussões acerca da liberdade de expressão. A segunda foi erigida no México, em l999, juntamente com a federação dos povos indígenas, como um símbolo da repressão da população aborígine. O governo mexicano retribuiu expulsando o artista dinamarquês. Tanto no México como em Hong Kong, as forças democráticas envolvidas na questão dos direitos humanos beneficiaram-se das discussões suscitadas pelo erguimento das Colunas da Infâmia. Após o erguimento no Brasil, haverá outro em Berlim, em 09 de novembro de 2000, em cooperação com milhares de antigos prisioneiros dos campos de concentração que, assim, vão criar um monumento em memória ao extermínio industrializado instituído pelo nazismo. To the index page of the Brazilian Pillar of Shame | To photos of the Brazilian Pillar of Shame | |
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