Belem, Abril.24 . 2000 A Coluna da Infâmia dinamarquesa erigida em Belém, 1. de maio 2000 No dia 1. de maio, a escultura dinamarquesa Coluna da Infâmia será colocada na Praça da Leitura, uma praça central em Belém, no estado de Pará, no Norte do Brasil. A escultura será erigida para lembrar os 19 membros do Movimento Sem Terra, que foram mortos no dia 17 de abril de 1996, pela Polícia Militar durante uma manifestação em Eldorado de Carajás. O dia 17 de abril há sido designado como o dia internacional contra a IMPUNIDADE, um dia que marca os inumeráveis assassínios de oposicionistas e pobres que policiais, militares e políticos ficam escapando, colocando-se acima das leis do país. A Coluna da Infâmia, uma escultura com 8 metros de altura, representando 50 corpos humanos distorcidos, é um prêmio Nobel do crime, criada pelo escultor dinamarquês Jens Galschiot. A escultura foi doada à prefeitura de Belém. Belém acaba de ser o local de acontecimentos violentos, que ocorreram no dia 17 de abril. Membros do Movimento Sem Terra que quiseram marcar o dia do massacre em Eldorado de Carajás fizeram uma manifestação nas ruas de Belém, e a polícia usou lacrimogêneas e tiros para dispersar a multidão. A situação se complicou quando um grupo de pessoas atacou a Sede de Segurança, quebrando janelas. O dia seguinte, uma lista com 15 nomes de militantes foi publicada, e por medo das represálias da polícia essas pessoas se esconderam. O chefe da polícia declarou na imprensa que o prefeito Edmilson Rodrigues do PT será perseguido por haver incitado a multidão ao tumulto. Os responsáveis pela manifestação dizem ao contrário, que a situação surgiu porque provocadores da força policial haviam infiltrado o grupo de manifestantes. "Em este ambiente exaltado, a Coluna da Infâmia cumprirá com a sua intenção de ser um símbolo do conflito no Brasil entre os trabalhadores pobres e a elite econômica como os latifundiários, que usam qualquer meio para ficar com o controle das terras" disse Jens Galschiot. "A Coluna da Infâmia é um símbolo contra a repressão, contra a violência que requer vidas, que nega o ser humanos seus direitos. Más é sobretudo uma prova de amor e de solidariedade com o nosso povo" disse o prefeito Edmilson Rodrigues, e continua: "A pesar da resistência das elites, cumprimos com o nosso compromisso e colocamos a Coluna da Infâmia em uma praça, que foi ocupada pelo MST em umas das ações que fizeram contra a impunidade aqui na capital. Ocuparam a Praça da Leitura, com as suas tendas e redes e trocaram o nome da praça para "Praça dos mártires do 17 de abril". Assim, não só aceitamos a escultura, más pensamos que este é o melhor lugar para colocá-la."
Antecedência A Coluna da Infâmia chegou no Rio de Janeiro já no dia 9 de abril, más foi só depois de várias complicações e até chicana política que foi colocada frente ao Parlamento na capital federal, Brasília, no dia 17 de abril. Antes disso, problemas tal como uma falsa denuncia de contrabando de equipamento eletrônico e tentativas de parte do ministério da justiça para persuadir a imprensa de deixar de mencionar a colocação da escultura frente ao parlamento, haviam perseguido a escultura. Más finalmente, ela foi erigida lá, em colaboração com o bloco da oposição, que assim marcou a sua oposição à impunidade, que infelizmente ainda faz parte da vida política na jovem democracia brasileira. (o Brasil tinha um regime de ditadura violento de 1964-1989). A Coluna da Infâmia em Belém é a 3. de 10 esculturas que vão ser colocadas em vários países do mundo, para marcar a relação entre crimes cometidos por pessoas em poder, que usam assassínios e violência para obter seus fins. A primeira Coluna da Infâmia foi exposta em Hong Kong em 1997, para lembrar o oitavo aniversário do massacre na Praça Tiananmen em Pequim em 1989. A Segunda foi colocada no México, para lembrar o massacre no povoado de Acteal, onde 45 homens, mulheres e crianças foram assassinados a sangue frio durante uma missa no dia 22 de dezembro de 1997. A próxima vez será em Berlim na Alemanha, em novembro 2000, junto com sobreviventes dos campos da Alemanha nazista. Jens Galschiot no Brasil: To the index page of the Brazilian Pillar of Shame | To photos of the Brazilian Pillar of Shame | |
|