A escultura chegará ao Brasil no início do ano 2000, e será
exposta em uma praça central na capital no dia 17 de abril, no quarto aniversário do massacre de Eldorado. A decisão para o Brasil foi tomada pelo escultor dinamarquês, Jens Galschiot e Art In Defence Of
Humanism (Arte em Defesa de Humanismo). Os custos relacionados à exposição e ao transporte ficam sob a responsabilidade do donatário. A Coluna da Infâmia é uma escultura de oito metros de altura em
forma de obelisco, composta de 50 corpos distorcidos. A escultura faz parte de uma manifestação humanista de arte que se está espalhando por todo planeta. Por um período de dez anos serão expostas Colunas
da Infâmia por todo o mundo para chamar a atenção sobre os violentos assaltos contra o humanismo. Sendo exposta, cada Coluna, entra numa rede mundial de esculturas iguais. E assim, a nível mundial, manterá
a lembrança de atos ignominiosos que jamais deverão ser repetidos. A primeira Coluna da Infâmia foi exposta em Hong Kong em
junho de 1997. Foi erigida em memória do massacre da praça Tiananmen, em Beijing (Pequim), em 1989, quando as autoridades chinesas reprimiram violentamente o movimento democrático. A segunda Coluna da Infâmia foi exposta em México no dia 17 de
abril de 1999, no dia Internacional contra a Impunidade. Duas semanas depois, a escultura foi exposta na entrada da vila de Acteal, em Chiapas, onde 45 índios foram assassinados a sangue frio por um grupo
paramilitar no dia 22 de dezembro de 1997. Como já mencionado acima, agora é a vez do Brasil, onde uma Coluna
da Infâmia será exposta no dia 17 de abril de 2000. No outono deste mesmo ano, uma Coluna igual será exposta em um lugar central em Berlim, em memória das vítimas exterminadas em massa pelo regime nazista
entre 1933-45. A exposição da Coluna da Infâmia já foi positivamente aceita pelos partidos políticos no Parlamento alemão. A Coluna da Infâmia em Hong Kong foi exposta como símbolo de
repúdio contra tudo a que um regime totalitário está preparado para fazer com a finalidade de oprimir a oposição democrática. No México, ela simboliza os atos de violência contra os nativos e contra
seus direitos. A Coluna da Infâmia no Brasil continuará na mesma linha simbólica do México, porque ela irá por em foco a questão da impunidade, um tema que
ocupará um lugar cada vez mais central no debate público da sociedade internacional. A escolha do Brasil como consignatário da Coluna da Infâmia se
deve ao facto de que foi exatamente um acontecimento sangrento neste país que deu origem à iniciativa do Dia Internacional contra a Impunidade. Se trata do massacre ocorrido no dia 17 de abril em Eldorado
dos Carajás, onde 19 trabalhadores rurais sem terra perderam a vida – com tiros à queima-roupa e massacrados com seus próprios instrumentos de trabalho. A Coluna da Infâmia não se pronuncia quanto à questão da culpa.
Mas ela expressa uma exigência de que todos os culpados em todos os níveis respondam por seus crimes: os que fizeram o massacre, os que deram as ordens e os que em diferentes níveis encobrem estes crimes
protegendo os criminosos. A escultura é oferecida ao Estado brasileiro, representado pela
assembléia de parlamentares, que recebendo esta escultura manda um sinal para a humanidade sobre a vontade do Estado de garantir a segurança jurídica e os direitos humanos no Brasil. Dando a escultura ao
Parlamento brasileiro se oferece ao mesmo tempo uma oportunidade a todas forças democráticas de manifestar a vontade de levar a sério a segurança de cada cidadão. Enviaremos documentação sobre a Coluna da Infâmia e video-filme
da exposição em Hong Kong
e México
para todos os partidos.
Jens Galschiot http://www.aidoh.dk/photos/pos/mexico/may2nd/posmexmay2_09.jpg To
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